Religião, terapia, dietas malucas… A internet está cheia de dicas para a felicidade instantânea e “curas” para a depressão. É como se tudo o que as pessoas precisassem para alcançar o nirvana fosse uma xícara de chá verde. Além do fato de que a depressão é complexa demais para ser tratada com apenas um fator, como obter um novo animal de estimação, a maioria dessas chamadas curas podem estar na verdade tornando as coisas piores. Confira:
10. Sexo
Ter uma ótima vida sexual deveria ser o bônus da vida. Então, o que esperar do perfil psicológico de um Casanova moderno? Que tal ansiedade e depressão? Um estudo recente com 3.900 estudantes universitários sobre o seu bem-estar mental e sua tendência a saltar na cama com estranhos descobriu níveis elevados de ansiedade, ansiedade social e depressão entre aqueles que frequentemente faziam sexo casual. No entanto, os pesquisadores não determinaram se o sexo causou depressão, ou se a depressão provocou um desejo de perder-se em sexo. Qualquer que seja a maneira de contornar isso, há uma possibilidade muito real de que Hugh Hefner seja o homem mais infeliz da Terra.
9. Riqueza
Logo depois de “uma vida sexual incrível”, a segunda coisa que a maioria de nós provavelmente desejaria a um gênio da lâmpada é ser absolutamente podre de rico. Afinal de contas, o dinheiro pode não ser capaz de comprar a felicidade, mas com certeza torna a miséria muito mais confortável, não? Não. Todos nós já ouvimos histórias de horror sobre ganhadores de loteria que acabaram totalmente infelizes, mas pesquisas sugerem que mesmo aqueles que começaram ricos são propensos à doença mental. Especificamente, os filhos de pais que ganham mais de 159.000 dólares (cerca de R$ 360.000) por ano são perigosamente propensos a ansiedade, depressão, automutilação e abuso de drogas. Somente as crianças das famílias mais pobres estavam em maior risco do que os Riquinhos. Então, o que está acontecendo? Tudo se resume ao tipo de pessoa que geralmente ganha mais de US$ 150.000 por ano: altamente motivada e impiedosamente contra o fracasso. Em outras palavras, o tipo exato de pessoa suscetível a dar um grande saco de neuroses para os seus filhos de Natal. Toda essa pressão se manifesta em um medo paralisante do fracasso nos pequenos.
8. Vegetarianismo
A dieta vegetariana geralmente é considerada muito saudável. Ao evitar o excesso de gordura e propriedades cancerígenas da carne, os vegetarianos parecem estar em uma posição ideal para viver vidas longas e felizes, exceto que a ciência sugere o contrário. Um estudo alemão recente analisou a dieta e saúde mental de 4.000 participantes de todas as esferas da vida. Os resultados foram surpreendentes. Os vegetarianos eram mais propensos a sofrer de ansiedade, hipocondria, depressão, e até mesmo dismorfia corporal do que os seus semelhantes comedores de carne. E essa não era apenas uma anomalia estatística leve: vegetarianos tinham duas vezes mais probabilidade de serem doentes mentais que a população em geral, e três vezes mais probabilidade do que os participantes do grupo de controle. Mais uma vez, ninguém tem certeza se o vegetarianismo provoca toda essa miséria, ou se as pessoas miseráveis são apenas mais propensas a abandonar a carne.
7. Abstinência
Álcool e depressão andam juntos. Além de ser um calmante, nossa droga líquida favorita também é altamente viciante, extremamente prejudicial para o corpo, e socialmente mais prejudicial do que mesmo crack ou heroína. Faz sentido supor, então, que os abstêmios estarão livres da névoa de culpa e miséria que os bebedores são forçados a aguentar todas as manhãs de sábado. Bem, prepare-se para ficar chocado. Um estudo norueguês que comparou hábitos de beber e a saúde mental de 38 mil pessoas descobriu que, embora beber muito correspondesse a altos níveis de ansiedade, o oposto era verdade para a depressão. Os participantes que exercitavam rigoroso autocontrole eram aparentemente menos felizes do que aqueles que acordavam todas as manhãs em uma poça de vômito. A teoria é que aqueles que nunca bebem, mas vivem em países com cultura de consumo alcóolico, são menos propensos a forjar laços sociais fortes com as pessoas do que aqueles que de fato relaxam um pouco com uma cerveja. Nem alcoolismo nem abstinência total parecem uma boa ideia.
6. Religião
Estamos acostumados a pensar na religião como um grande conforto. Afinal de contas, quando seu cãozinho morre, é melhor pensar que ele vai para o céu, do que pensar que é um corpo frio e sem vida no lixo. Mesmo que ateus gostem de encontrar falhas em todos os seus aspectos, com certeza a religião, pelo menos, tem um efeito bom sobre a felicidade. Ou não. Um estudo publicado no início deste ano com 8.000 pessoas de diferentes religiões, países e origens socioeconômicas que testou sua vulnerabilidade à depressão constatou que, quanto mais fortemente religioso alguém era, mais provável é que tivesse depressão. Ao mesmo tempo, aqueles que abandonaram a religião para se tornar ateus se tornaram mais felizes, e os ateus que se tornaram religiosos ficaram mais tristes. Em quase todos os critérios, os devotos pareceram piores.
5. Esportes
Exercício físico deveria ter um efeito positivo sobre a saúde, e esportes coletivos são certamente bons para, pelo menos, fazer amigos e se sentir parte de um grupo. Então por que causa depressão? Especificamente, os pesquisadores olharam para a saúde mental de atletas universitários atuais e antigos e descobriram que os que ainda jogavam eram até duas vezes mais propensos a depressão. Em sua hipótese, os pesquisadores afirmaram que esperavam que as ex-estrelas, agora privadas de seus companheiros, treinadores e emoção do jogo, tivessem mais depressão. Mas, como as crianças ricas, é provável que o resultado encontrado seja devido aos atletas universitários estarem sob maior pressão. Além de ter que estudar, eles também têm que jogar bem e alcançar seus objetivos próprios, e tudo isso pode causar um grande estresse.
4. Compras
Muitos concordariam que a melhor maneira de relaxar de uma semana estressante é ir às compras. No entanto, o capitalismo está na verdade lhe deixando miserável. Um estudo recente realizado na Holanda seguiu 2.500 pessoas para avaliar os seus hábitos de compras e felicidade. Eles descobriram que as pessoas materialistas eram mais propensas a ser solitárias, o que também as tornava mais deprimidas. O problema se resume a nossa cultura do consumismo. Graças a décadas de publicidade, somos ensinados a associar certos valores com determinados produtos. Quando não podemos pagar por um desses itens ou temos que gastar mais do que deveríamos para obtê-lo, isso nos deixa ansiosos e isolados.
3. TV
Um estudo da Universidade de Maryland (EUA) sobre a felicidade tentou descobrir os hábitos mais comuns das pessoas que se dizem muito felizes e infelizes. O resultado? Pessoas infelizes assistem mais televisão. As que disseram ser “muito felizes” eram propensas a gastar mais tempo lendo e socializando. Os pesquisadores analisaram 30 anos de informações e chegaram à conclusão de que assistir televisão pode ajudar na felicidade momentânea, mas tem menos efeitos positivos mais tarde na vida. Isso porque assistir TV é uma atividade viciante, que como tal produz prazer momentâneo e infelicidade a longo prazo. Para pessoas menos sociáveis, a TV é a droga da vez.
2. Música
Não é incomum ouvir críticos musicais nostálgicos falando sobre uma música ou o álbum “que salvou sua vida”. É um sentimento que todos podem entender – aquele momento em que você ouve um trecho de uma música e se identifica. Portanto, pode ser chocante para alguns que ouvir música aparentemente torna as pessoas mais propensas à depressão. Em 2011, um estudo da Universidade de Pittsburgh (EUA) categorizou adolescentes pela quantidade de tempo que passaram ouvindo música e comparou seu bem-estar mental. Eles descobriram que, para cada aumento do nível de audição, o risco de depressão aumentou 80%. Isso é quase o efeito oposto que a leitura teve, com adolescentes sendo 50% menos infelizes quanto mais liam. A música foi o passatempo mais ligado à depressão, batendo até mesmo a TV. Por quê? Não sabemos ainda. Talvez a música moderna seja consistentemente miserável, ou talvez adolescentes deprimidos sejam mais propensos a tentar escapar através da música. Tudo o que podemos dizer com certeza é que o cara ouvindo funk no ônibus é provavelmente mais deprimido do que a menina sentada ao lado dele lendo Franz Kafka.
1. Redes sociais
Você é o tipo de pessoa que vai terminar de ler este artigo e deixar um comentário? Temos más notícias: você é objetivamente mais propenso a ser solitário. Um estudo recente analisou o uso da internet de pessoas deprimidas e não deprimidas, e descobriu que as infelizes usam a internet de forma diferente. Especificamente, são mais propensas a se envolver em interações como compartilhar fotos, músicas e opiniões através do Facebook, salas de chat e fóruns. As pessoas saudáveis eram menos propensas a verificar obsessivamente seu e-mail, passar o tempo em redes sociais, e sentar-se até tarde da noite lendo artigos. Esta descoberta vai contra tudo o que pensamos saber sobre a internet. A interação em redes sociais deveria fazer-nos sentir menos solitários e mais conectados, daí o motivo pelo qual todos parecem ter mais amigos no Facebook do que há pessoas no planeta. No entanto, um grande corpo de pesquisa sugere que esse ponto de vista é desatualizado. O segredo da felicidade na internet é simplesmente ignorar todos os idiotas furiosos da web e seguir com sua própria vida. imail: jomarleandromipibu@hotmail.com
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