Grito do Ipiranga
Há muito
heroísmo em torno da independência do Brasil. Tudo isso não passa de
epopéia positivista. D. Pedro I nunca foi herói e não há nada de
bonitinho em nossa história. Entendamos o porquê disso.
7 de
setembro, dia da Independência do Brasil, é o dia que "Dom Pedro I
montado em um alazão próximo às margens do rio Ipiranga e junto de todo
seu exército deu o grito de “Independência ou Morte” dando origem ao
país soberano que temos hoje".
Mas será que aconteceu tudo desse jeito? Há quem diga que não.
A história dos livros didáticos conta o seguinte:
No final de agosto de 1822, D. Pedro
deslocou-se à província de São Paulo para acalmar a situação depois de
uma rebelião contra José Bonifácio. Apesar de ter servido de instrumento
dos interesses da aristocracia rural, à qual convinha a solução
monárquica para a independência, não se deve desprezar os seus próprios
interesses. O Príncipe tinha formação absolutista e por isso se opusera à
Revolução do Porto, de caráter liberal. Da mesma forma, a política
recolonizadora das Cortes desagradou à opinião pública brasileira. E foi
nisso que se baseou a aliança entre D. Pedro e o “partido brasileiro”.
Assim, embora a independência do Brasil possa ser vista, objetivamente,
como obra da aristocracia rural, é preciso considerar que teve início
como compromisso entre o conservadorismo da aristocracia rural e o
absolutismo do Príncipe.
Monumento à independência, situado no local onde foi proclamada a independência do Brasil.
Em 7 de Setembro, ao voltar de
Santos, parado às margens do riacho Ipiranga, D. Pedro recebeu uma carta
com ordens de seu pai para que voltasse para Portugal, se submetendo ao
rei e às Cortes. Vieram juntas outras duas cartas, uma de José
Bonifácio, que aconselhava D. Pedro a romper com Portugal, e a outra da
esposa, Maria Leopoldina de Áustria, apoiando a decisão do ministro e
advertindo: “O pomo está maduro, colhe-o já, senão apodrece”.
Impelido pelas circunstâncias, D.
Pedro pronunciou a famosa frase “Independência ou Morte!”, rompendo os
laços de união política com Portugal.
Culminando o longo processo da
emancipação, a 12 de outubro de 1822, o Príncipe foi aclamado Imperador
com o título de D. Pedro I, sendo coroado em 1 de dezembro na Capital.
Existem versões de que Dom Pedro I
montava na verdade uma mula e só deu o grito de independência porque
estava de “saco cheio” das pressões que o pai fazia para que ele
voltasse para Portugal. Ao contrário do que muitos pensam o processo de
independência custou muito caro para Brasil, foi preciso pagar uma multa
altíssima a Portugal.
A coisa toda parece não ter sido tão
heroica como é contado na maioria dos livros mas como diz o ditado “uma
mentira contada várias vezes e por várias pessoas acaba se tornando
verdade”.
A Independência do Brasil significou que o Brasil deixou de ser uma colônia portuguesa, tornando um Estado Nacional.
O dia oficial da independência foi
07/09/1822, mas essa independência foi um processo que ocorreu na
estrutura da sociedade e se deu pelos interesses dos latifundiários, da
burguesia inglesa e da classe média.
Napoleão Bonaparte
O regente de Portugal era o príncipe D.
João. Napoleão Bonaparte da França tinha decretado o Bloqueio
Continental, proibindo as nações européias de comerciar com a
Inglaterra. Mas D. João continuou tendo relações comerciais com os
ingleses. Por isso, Napoleão invadiu Portugal.
Assim, a família real e 15mil nobres portugueses fugiram para o Brasil, apoiados pela esquadra inglesa em 1808.
Esse apoio inglês teria algo em troca.
Por isso D. João decretou a ABERTURA DOS PORTOS AS NAÇÕES AMIGAS,
autorizando a Inglaterra a comerciar com o Brasil. – Era a queda do
Pacto Colonial. Aqui começa o processo de independência política, pois
já havia sido iniciado na economia.
Tratados de 1810
D. João assinou com a Inglaterra os
TRATADOS DE 1810, acertando que, os produtos importados ingleses teriam
uma taxa alfandegária de 15%. Outros países pagariam 24% e importações
de Portugal 16%.
Inglaterra passava a ter mais vantagens que Portugal.
D. João permitiu manufaturas no Brasil, mas elas não cresceram devido à concorrência com produtos ingleses.
Reino Unido
Em 1815 Napoleão estava derrotado, mas
D. João não voltou para Portugal e ainda decretou que a colônia passava a
ser REINO UNIDO A PORTUGAL E ALGARVES. A capital do novo reino não era o
Porto nem Lisboa e sim o Rio de Janeiro. O Brasil deixava de ser uma
colônia oficialmente e passava a ser uma quase metrópole e Portugal era
praticamente ajustada a condição de colônia.
Revolução Pernambucana (1817)
O nordeste pagava altos impostos e o comércio estava nas mãos de comerciantes portugueses, mal vistos pelos brasileiros.
A maçonaria divulgava idéias liberais e revolucionárias de forma subversiva.
Diante das idéias revolucionárias, o
governador ordenou prisões, mas um capitão reagiu e matou seu
comandante. Por isso, um coronel foi enviado para prendê-lo, mas
soldados não aceitaram essa prisão e executaram o coronel.
As ruas foram tomadas pela multidão e os comerciantes portugueses tiveram que fugir.
Por 10 semanas Pernambuco foi um país
independente do Brasil. Inclusive trocaram o pão e o vinho português por
mandioca e cachaça. D. João VI, já como rei, enviou tropas a Pernambuco
e derrotou os rebeldes. Muitos foram enforcados e chicoteados em praça
pública.
Revolução Liberal do Porto (1820)
Revolução do Porto eclodiu em Portugal.
A burguesia estava no poder e não aceitaram a liberdade econômica do
Brasil. Queriam também a volta do rei D. João VI ou separariam do
Brasil.
Os portugueses queriam que o Brasil voltasse a ser uma colônia de exploração.
Para não perder o posto de rei, D. João VI voltou a Portugal, deixando seu filho D. Pedro como príncipe regente.
Partidos Políticos
A situação política no Brasil ficou tensa, pois não queriam que o Brasil voltasse a ser uma colônia portuguesa.
Surgiram 2 partidos políticos no
Brasil: o Partido Português e o Partido Brasileiro. O Partido Português
queria a recolonização do Brasil. Era formado por militares, altos
funcionários públicos e antigos comerciantes que eram beneficiados pela
administração portuguesa.
O Partido Brasileiro queria a
independência do Brasil. Era formado por fazendeiros, comerciantes que
desejavam comerciar com a Inglaterra e a classe média.
Mas entre o Partido Brasileiro havia os que queriam um país liberal e os que queriam um país com escravidão.
Independência
Os latifundiários do Partido Brasileiro
queriam a independência, mas temiam que essa fosse feita pelas armas e
revolta popular, pois D. Pedro tinha seu exército. É bom salientar que,
em todos os processos de independência na América houve luta armada.
Por isso aproximaram de D. Pedro, para que ele fizesse a independência sem a participação popular. Em troca, ele não seria retirado do poder e se tornaria imperador do Brasil.
Sabendo da situação, D. João VI ordenou a volta de D. Pedro a Portugal.
O Partido Brasileiro reagiu e conseguiu
8 mil assinaturas pedindo que D. Pedro ficasse. Esse episódio ficou
conhecido como o DIA DO FICO e D. Pedro concordou aceitando a proposta.
Tropas foram enviadas de Portugal, mas logo desistiram de rebelar contra o Brasil.
Em 1822 D. Pedro anunciou eleições para uma Assembléia Constituinte, que formaria a constituição do Brasil.
No mesmo ano ele proclamou a independência e se tornou D. Pedro I.
Na realidade foi feito um acordo para
essa independência, sendo que o Brasil teve que pagar dois milhões de
libras esterlinas como indenização para Portugal e seu filho foi coroado
D. Pedro I, o primeiro governante do novo Estado Nacional chamado
Brasil, única monarquia das Américas.
Curiosidade: o Brasil não tinha
dinheiro para pagar essa indenização. A Inglaterra pagou a quantia
acordada com Portugal e o Brasil nasce com uma dívida com a Inglaterra.
Isso fará o Brasil ter sérios problemas em sua economia devido o
imperialismo britânico. (Prof. Yuri Almeida)
Para saber mais sobre a verdadeira
história da independência do Brasil eu vou deixar alguns links que valem
a pena a leitura, é bom para formar opinião e ter argumentos para
defender ou atacar o assunto:
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