segunda-feira, 3 de agosto de 2015

FERTILIDADE MASCULINA EM QUEDA

Isaac Ribeiro
Repórter

Apesar de haver várias suspeitas, ainda não se sabe ao certo o motivo para a fertilidade masculina estar em queda no mundo. Estudos apontam que o homem perdeu, em média, 50% da produção de espermatozóides em 50 anos. As possíveis causas para isso estão ligadas ao estilo de vida agitado das grandes cidades; muito estresse, má alimentação, sedentarismo e até mesmo o uso inadequado e excessivo de novas tecnologias e equipamentos eletrônicos. Outros fatores ambientais e idade também estão entre as possíveis causas.

A verdade é que o homem está  com a produção de espermatozóide diferente de tempos atrás. E isso está ligado a seus hábitos — inclusive sociais — e ao meio em que vive. Beber, fumar e comer em excesso causam um impacto negativo no padrão de sêmen. As centenas de  substâncias presentes no cigarro e nas bebidas alcoólicas aumentam o estresse oxidativo sistêmico, empobrecendo a qualidade do esperma.

E em Natal a história não é diferente. Segundo o ginecologista Fábio Macedo, especialista em Reprodução Assistida, a infertilidade masculina em Natal é crescente, o que não chega a ser uma surpresa para o médico, pois acompanha os padrões de fertilidade dos natalenses há mais de vinte anos.  “A idade masculina também afeta o sêmen. Não na mesma proporção que afeta a mulher. O homem tem uma queda no índice, progressivamente depois que entra nos 40, 45, 50, não na dramaticidade que tem, obviamente, da menopausa”, comenta, mostrando-se preocupado também com novos comportamentos da juventude. “Essas novas tecnologias e esta nova geração que começa a ficar dependente de novas tecnologias, o que vai a acontecer com a libido dessa turma, com o desejo sexual deles?”

Espermograma de rotina
Além de cuidados com a alimentação, com a prática regular de atividades físicas, o não consumo de drogas ilícitas, ou seja, vida saudável, Fábio Macedo acredita ser necessária a realização de um espermograma de rotina quando o jovem complementar 18 anos de idade. “Seria um exame de base, independente se está pensando em casar ou não. Primeiro, porque pode  descobrir algo que ia acontecer mais à frente. Quando for casar, não vai ficar dez anos tentando. Segundo, que esse exame serve de comparativo pro futuro.”

Paciente de siUma fato interessante: o próprio Fábio Macedo, especialista em processos de fertilização e reprodução humana, tornou-se paciente dele mesmo. Ao tentar uma segunda gestação com sua esposa, encontrou dificuldades. Ao investigar o que estava acontecendo, realmente constatou algo errado. “Tive alteração na concentração de espermatozóides e no meu segundo filho a gente se submeteu à técnica de reprodução assistida, aqui na própria clínica. Houve uma queda no meu nível de concentração de espermatozóide de uma maneira inexplicada. Eu tinha 41 anos. Para facilitar o processo, eu fiz uma inseminação”, conta o médico.

O espermograma é o exame laboratorial que avalia a fertilidade masculina e a qualidade de sêmen do paciente. Porém Fábio Macedo põe em xeque a eficácia do teste caso seja realizado uma única vez. “Um exame apenas não dever ser conclusivo. O sêmen que a gente está liberando hoje já foi produzido há 90 dias. Você lembra o que você fez ou que aconteceu há 90 dias? Não lembra. Uma febre, uma infecção, uma virose, algo que influenciou a produção.” TRIBUNA DO NORTE

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