quarta-feira, 9 de julho de 2014

A PALAVRA VERGONHA É POUCO PARA 7X1

Novo pôster da vergonha

Terminou o calvário do goleiro Barbosa, dos seus companheiros e a sensação é de lavar a alma. Vergonha pode ter quem acreditava no timeco de Felipão, nos seus mercenários, na retranca padronizada, no futebol estabelecido como negócio no seu pior requinte mafioso e cínico.
O que importa para mim é o resgate de Moacir Barbosa, um dos melhores do Brasil em todos os tempos e um dos recorrentes humilhados pelos pulhas insanos por causa da derrota de 1950, para o Uruguai. E do time de moral destroçada em que ele brilhou e ruiu sem sequer haver falhado.
Fechado o ciclo cabalístico e bem brasileiro, Moacir Barbosa morreu 50 anos depois de ter levado o gol de Ghiggia, chute cruzado, despretensioso aparente, que tocou as redes no 2×1 de 16 de julho perante 200 mil incrédulos em pranto justificado. O Brasil jogava pelo empate, fez 1×0 no segundo tempo, cedeu o 1×1 e tomou o segundo gol quando restavam 10 minutos para terminar a partida.
A pena judicial máxima de 30 anos, Barbosa cumpriu com duas décadas de acréscimo. Vivo, pagou todos os dias, ironizado, chacoteado, abordado com grosseria, chamado de frangueiro, “presenteado” com as traves do gol de Ghiggia, barrado em 1993, por Parreira e Zagallo para não “dar azar” ao brilhante Taffarel antes de uma decisão contra o Uruguai pelas Eliminatórias, ganha por Romário:2×0.
Graças aos canalhas que viram Barbosa morrer morando de favor numa casa em Santos, uma geração sensacional foi banida da história. O time de Barbosa, Bauer, Danilo Alvim, Jair Rosa Pinto, Zizinho, Maneca, Friaça e Ademir Menezes foi execrado. E eles – próximo ao nível dos de 1958 e 1970 -passaram a velhice se explicando.
Os próprios vencedores reconheciam seus méritos. Brasileiros nunca os deixaram em paz. Todos em fim pacato. Danilo Alvim, tão bom quanto um Zito, um Clodoaldo ou um Falcão, morreu num asilo, pago pelo cartola Giulite Coutinho, ex-presidente do América(RJ). Pós-7×1, não serão o pôster da vergonha que não fizeram.
Fracasso multiplicado por 11 mais um técnico decadente a Alemanha desnudou no Mineirão lotado de incrédulos bem comportados. A Alemanha, como gosta de dizer o chato e novo amigo de Felipão, o estatístico de jornalismo, PVC, fez quatro gols em seis minutos. Trocando passe, driblando, desfilando, em cintura dura, o jogo nosso estuprado pelo primeiro retranqueiro a copiar o feio. O primeiro prancheteiro nocivo a cuspir o drible.
Alemanha 7×1 Brasil foi Alemanha 7×1 Brasil porque a Alemanha não desejou que fosse Alemanha 14×0. A Alemanha puxou o freio de mão nos quatro a zero e fez outros três quando o Brasil não percebeu. Felipão, na coletiva, fez um presságio assombroso: de 13 a 14 jogadores estarão em 2018. Não, não estarão. Eles jamais se classificariam numa Eliminatória.
O certo é que Barbosa e seus companheiros estão absolvidos. Por 7×0, placar de julgamento, depois, Oscarzinho fez o gol de gentileza germânica. Ricos, milionários, pedantes, esses caras foram endeusados sem motivo. Poderiam aproveitar seus euros e nunca mais pisar num gramado brasileiro.
Eles, Felipão, empresários e, ah! A mídia. A mídia que mente e consegue fazer você acreditar que havia seleção e craques de canelada e peruca natural. Até os 7×1. Em 1950, cantaram Touradas em Madrid no olé dos brasileiros na Espanha.
Faltou Chicotadas em Belô, melodia de uma revolução que não pode esperar. Barbosa esperou demais. Morto, está livre. Sem direito(os vexatórios), ao Maracanã postiço sem cheiro, suor e alma de povo. Foi 1×7 Brasil. Um time 171.

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