EIS O NOIVO
Eis o Noivo!
Samuel Rindlisbacher
Esta exclamação, extraída da Parábola das
Dez Virgens (Mateus 25.1-12) é o lema da Chamada da Meia-Noite. Mas, o
que o Senhor realmente quis ensinar com essa história?
No tempo que antecedeu Sua morte, Jesus contou a seguinte parábola aos Seus discípulos: “Então,
o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas
lâmpadas, saíram a encontrar-se com o noivo. Cinco dentre elas eram
néscias, e cinco prudentes. As néscias, ao tomarem as suas lâmpadas, não
levaram azeite consigo; no entanto, as prudentes, além das lâmpadas,
levaram azeite nas vasilhas. E, tardando o noivo, foram todas tomadas de
sono e adormeceram. Mas, à meia-noite ouviu-se um grito: Eis o noivo!
Saí ao seu encontro! Então, se levantaram todas aquelas virgens e
prepararam as suas lâmpadas. E as néscias disseram às prudentes: Dai-nos
do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão se apagando. Mas as
prudentes responderam: Não, para que não nos falte a nós e a vós outras!
Ide, antes, aos que o vendem e comprai-o. E, saindo elas para comprar,
chegou o noivo, e as que estavam apercebidas entraram com ele para as
bodas; e fechou-se a porta. Mais tarde, chegaram as virgens néscias,
clamando: Senhor, senhor, abre-nos a porta! Mas ele respondeu: Em
verdade vos digo que não vos conheço” (Mt 25.1-12).
O noivo é o Rei
O Evangelho de Mateus, o único em que aparece essa parábola, nos
apresenta Jesus Cristo como o Rei de Israel. Relata o nascimento do Rei,
Sua apresentação pública como Rei, a proclamação de Seus mandamentos
reais (Sermão do Monte), fala do anúncio do reino e menciona a ação
poderosa de Jesus como o Rei de Israel que os profetas já anunciavam.
Seus súditos, porém, O rejeitaram, como conta Mateus. Em seu lugar
escolheram o assassino Barrabás e, no final, condenaram o Rei! Jesus não
se adaptava ao que eles imaginavam e esperavam. Assim, debaixo de
zombaria e escárnio, Ele foi vestido com um manto “real”, recebeu uma
“coroa” de espinhos na cabeça e foi elevado à cruz maldita e não ao
trono. Foi entregue à morte. Parecia que seus inimigos tinham vencido.
Mas era justamente o contrário! O Leão da Tribo de Judá triunfou! Ao
terceiro dia saiu da sepultura. Ressuscitou e reviveu! Subiu ao céu e
agora está assentado à direita de Deus. Esse Rei é o Noivo da nossa
parábola.
Ainda não
Seu triunfo ainda não é visível para todos. Hoje Ele é Rei dos
corações e governa invisivelmente a vida de todos os que crêem nEle como
o Senhor. Mas virá o momento em que Ele triunfará publicamente. Esse
dia está às portas, quando todos os homens da terra O verão, e todos os
joelhos se dobrarão, reconhecendo que Ele é o Senhor dos senhores e o
Rei dos reis (Fp 2.9-10).
O tempo da parábola
A Parábola das Dez Virgens fala desse tempo em que o Rei chegará à
terra para estabelecer Seu reino. Pelas cartas de Paulo sabemos que
nessa época a Igreja de Jesus já terá sido arrebatada (1Co 15.51-55; 1Ts
4.13-5.11). Ela estará no céu, junto ao seu Senhor, enquanto aqui na
terra os juízos da Grande Tribulação prepararão o mundo para o retorno
do Rei (Ap 6ss).
Para entender a parábola, precisamos levar em consideração que os eventos a que Jesus se refere terão de ocorrer nas mesmas circunstâncias
como as conhecemos do Antigo Testamento. A Igreja já terá sido
arrebatada antes do retorno do Rei à Sua terra, e no tempo de Tribulação
Deus se voltará outra vez para Israel. (Deus já está preparando o palco
para isso, como podemos ver pela fundação do Estado de Israel!).
No Antigo Testamento
Na época do Antigo Testamento o Espírito Santo era concedido a uma
pessoa, mas também podia ser retirado dela. Homens e mulheres recebiam o
Espírito de forma pontual. O Espírito capacitava alguém para uma tarefa
específica (por exemplo, Sansão), para o ministério (por exemplo,
Moisés) ou para reinar. Essa última capacitação pode ser vista no rei
Saul, de quem a Palavra de Deus diz: “o Espírito de Deus se apossou de Saul” (1 Sm 10.10).
Em caso de desobediência ou pecado, o Espírito podia ser retirado, como
também vemos em Saul (1 Sm 16.14). Por isso, Davi orou depois de seu
pecado com Bate-Seba: “Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito” (Sl 51.11).
Na era da Igreja de Jesus não podemos orar assim, pois desde o
Pentecoste o Espírito Santo de Deus permanece em cada cristão renascido
como garantia e penhor da salvação (veja Jo 14.16; Ef 1.13-14; 2Co 5.5).
Com a partida da Igreja terá chegado ao fim a era do ministério do
Espírito Santo de selar as pessoas. E, sem a Igreja, instala-se outra
vez uma situação semelhante à do Antigo Testamento.
As dez virgens
As dez virgens são uma ilustração de Israel esperando por seu
Messias. Diante do agudo sofrimento da Grande Tribulação, Israel
começará a dormir. Nessa fase da História, Israel passará pela maior
angústia de toda a sua existência. Jesus chegou a dizer: “Não
tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo; mas, por
causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados” (Mt 24.22). E então, quando “se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos” (Mt 24.12).
As cinco virgens prudentes simbolizam o remanescente de Israel crente e
fiel, cujo amor não esfriou. Esses serão os judeus (os “escolhidos”),
que serão surpreendidos repentinamente pela vinda de seu Messias em meio
ao grande sofrimento que Israel estará enfrentando, e então “olharão
para aquele a quem traspassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por
um unigênito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo
primogênito” (Zc 12.10). Sobre eles o Senhor derramará o “espírito de graça e de súplicas”
porque, com seu amor ao Messias e seu anseio por Sua volta, eles ainda
têm azeite em suas lâmpadas. Estes entrarão na festa das bodas (Ap
19.9). As cinco virgens néscias, por sua vez, simbolizam as pessoas de
Israel cujo amor pelo Messias esfriou. Estavam cheias de expectativa no
início, mas, com a demora do Noivo e com as tribulações do tempo do
Anticristo, perderam seu amor e sua expectativa esfriou. Suas lâmpadas
ficaram sem óleo!
Prudentes ou néscias?
A pergunta que se impõe a você e a mim é: Com quem podemos ser
comparados? Com as cinco virgens prudentes ou com as néscias? Não
sabemos quando o Senhor voltará, mas nosso arrebatamento pode ocorrer a
qualquer momento! Você estaria pronto se Ele viesse ainda hoje? Ou será
que seu amor por Ele esfriou? Sua espera pela Sua volta diminuiu? As
coisas terrenas conseguiram abafar em você a expectativa pela volta de
Cristo? Se for assim, se as coisas deste mundo se tornaram mais
importantes do que Jesus e Seu glorioso futuro, então a Bíblia exorta
você com muita insistência: “Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará” (Ef 5.14).
Se você puder ser comparado às cinco virgens prudentes, alegre-se!
Fique feliz porque você também verá o cumprimento da grandiosa promessa
de 2 Timóteo 4.8: “Já agora a coroa da justiça me está guardada, a
qual o Senhor, reto Juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas a
todos quantos amam a sua vinda”. (Samuel Rindlisbacher — Chamada.com.br)
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