Um estudo da Universidade de Helsinki, na Finlândia, confirmou a ligação entre o vírus Zika e dano cerebral fetal.
O professor de virologia zoonótica Olli Vapalahti e seus colegas descobriram que pequenas quantidades de material genético do vírus podem ser detectadas a partir de uma amostra de sangue colhida de uma mulher grávida, mesmo semanas após os sintomas da infecção terem passado, quando o desenvolvimento de dano cerebral no feto está em andamento.
Anormalidades cerebrais graves podem ser detectadas através de neuroimagem já nesta fase inicial, antes mesmo do desenvolvimento das calcificações intracranianas e microcefalia anteriormente associadas a infecções por vírus Zika.
Estudo de caso
As observações são baseadas no caso de uma mulher infectada ao visitar a América Central durante a 11ª semana de sua gravidez.Este estudo é o primeiro a relatar o isolamento do vírus a partir de tecido fetal em cultura de células. O vírus foi isolado a partir de tecido fetal cerebral.
Os pesquisadores mapearam o genoma do vírus inteiro e descobriram oito mutações, que distinguem esta estirpe do Zika de outras relatadas anteriormente na América Central. “Algumas dessas mutações podem estar associadas com as adaptações do vírus ao cérebro fetal”, afirma Vapalahti.
No geral, os resultados podem ajudar com o desenvolvimento de métodos que permitam a detecção de dano fetal de uma infecção associada ao vírus Zika durante a gravidez. “Nossa pesquisa confirmou a relação causal entre o vírus e graves danos ao sistema nervoso central fetal”, conclui.
Zika
O vírus Zika é um flavivírus transmitido por mosquitos do gênero Aedes, descoberto pela primeira vez em Uganda em 1940. Até o início da década de 2000, apenas relatórios esporádicos sobre o Zika estavam disponíveis. Desde 2007, epidemias têm sido observadas nas áreas do Pacífico, e em 2015, pela América Central e do Sul, incluindo o Brasil.O vírus provoca erupções cutâneas e febre, sintomas típicos de outras infecções virais transmitidas pelo mesmo mosquito, como dengue e chikungunya. Mesmo que a condição não seja normalmente grave, pode provocar danos ao sistema nervoso central de fetos pelo contágio durante a gravidez, o que é associado com microcefalia em recém-nascidos.
Por esta razão, a Organização Mundial de Saúde declarou “emergência de saúde pública” devido à epidemia do vírus Zika, como tinha feito anteriormente para outras condições, como ebola e gripe suína. [ScienceDaily]
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