A incrível história do fazendeiro que recuperou o lar das araras-vermelhas em Mato Grosso do Sul
O nome não poderia ser mais perfeito: Modesto Sampaio. Seu Modesto,
como todos o chamam, é uma figura sem igual. O senhor, que acaba de
completar 74 anos, é uma pessoa simples, de sorriso fácil e extremamente
humilde. Fala com sotaque do interior, com uns “Rs” a mais e a menos.
É filho de uma família gaúcha, que trabalhava no campo, e decidiu mudar para o Mato Grosso do Sul, mais especificamente para o município de Jardim, próximo a Bonito. O pai e o avô sempre criaram gado. Durante muito tempo, Seu Modesto fez o mesmo, até que em 1986, ele decidiu comprar um pedaço de terra de uma propriedade e a batizou de Fazenda Alegria.
Para sua surpresa, ele descobriu na fazenda um enorme buraco no meio da mata. Na verdade, Seu Modesto se deparou com uma dolina, formação geológica resultante do desmoronamento de blocos rochosos. O imenso buraco tem 100 metros de altura e 500 metros de circunferência.
O local não era desconhecido dos moradores da região. Muitos já haviam ouvido falar do Buraco das Araras. No passado, a dolina era lar de dezenas de casais de araras-vermelhas, que sobrevoavam a mata e buscavam alimento no lugar. Infelizmente, durante muito tempo, o buraco acabou virando um grande lixão. E as araras foram embora.
Quando Seu Modesto e sua família viram aquela dolina, resolveram mudar a história da Fazenda Alegria. Com o apoio da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul, do Exército e do Corpo de Bombeiros da cidade de Jardim, foram retirados três caminhões de lixo e entulhos do interior do buraco. Simultaneamente, os Sampaio começaram a recuperar o entorno da área com o replantio de vegetação nativa do Cerrado e preservação da fauna.
Em 1997, o primeiro casal de araras-vermelhas foi solto perto da dolina. “Era pra elas chamarem as outras de volta”, disse Seu Modesto na época. Demorou, mas a estratégia deu certo. Hoje cerca de 15 casais de araras – 30 indivíduos – têm a dolina como lar. Outros 20 casais aparecem frequentemente (araras são monogâmicas e vivem com o mesmo parceiro a vida toda).
Graças à iniciativa de Seu Modesto e sua família, a dolina pode ser chamada de Buraco das Araras novamente. “Vi que se não cuidasse daqui, as próximas gerações – meus filhos, meus netos – não iam conhecer esse lugar”, diz.
A recuperação do local e a volta das aves acabaram levando muitos visitantes para a Fazenda Alegria. Os Sampaio decidiram deixar a pecuária de lado e perceberam que ganhariam muito mais com o turismo ecológico. Atualmente, o Buraco das Araras é uma das principais atrações para quem viaja à região de Bonito.
Num passeio de cerca de uma hora, guias treinados (todos moradores da região) levam os visitantes para conhecer a dolina e falam sobre hábitos das aves e espécies da fauna e flora do Cerrado. Trinta mamíferos silvestres já foram encontrados dentro da propriedade, como lobinhos, veados e tatus. Além disso, cinco espécies ameaçadas de extinção também habitam a área: tamanduá-bandeira, lobo-guará, jaguatirica, veado-mateiro e anta.
Em 2007, Seu Modesto sentiu necessidade de perpetuar a conservação da dolina. Foi criada então a Reserva Particular do Patrimônio Natural Buraco das Araras, tornando os 29 hectares ao redor do local protegidos para sempre. Recentemente a família comprou parte das terras da fazenda ao lado para fazer o reflorestamento com mata nativa.
A história deste fazendeiro mostra que a vontade de um único indíviduo pode fazer a diferença na vida – ou na sobrevivência – de muitos animais. Seu Modesto fez. Trouxe de volta às araras-vermelhas ao seu lar. E permitiu que, todo os dias, centenas de turistas possam ver o espetáculo da revoada das aves nesta dolina no Mato Grosso do Sul.
É filho de uma família gaúcha, que trabalhava no campo, e decidiu mudar para o Mato Grosso do Sul, mais especificamente para o município de Jardim, próximo a Bonito. O pai e o avô sempre criaram gado. Durante muito tempo, Seu Modesto fez o mesmo, até que em 1986, ele decidiu comprar um pedaço de terra de uma propriedade e a batizou de Fazenda Alegria.
Para sua surpresa, ele descobriu na fazenda um enorme buraco no meio da mata. Na verdade, Seu Modesto se deparou com uma dolina, formação geológica resultante do desmoronamento de blocos rochosos. O imenso buraco tem 100 metros de altura e 500 metros de circunferência.
O local não era desconhecido dos moradores da região. Muitos já haviam ouvido falar do Buraco das Araras. No passado, a dolina era lar de dezenas de casais de araras-vermelhas, que sobrevoavam a mata e buscavam alimento no lugar. Infelizmente, durante muito tempo, o buraco acabou virando um grande lixão. E as araras foram embora.
Quando Seu Modesto e sua família viram aquela dolina, resolveram mudar a história da Fazenda Alegria. Com o apoio da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul, do Exército e do Corpo de Bombeiros da cidade de Jardim, foram retirados três caminhões de lixo e entulhos do interior do buraco. Simultaneamente, os Sampaio começaram a recuperar o entorno da área com o replantio de vegetação nativa do Cerrado e preservação da fauna.
Em 1997, o primeiro casal de araras-vermelhas foi solto perto da dolina. “Era pra elas chamarem as outras de volta”, disse Seu Modesto na época. Demorou, mas a estratégia deu certo. Hoje cerca de 15 casais de araras – 30 indivíduos – têm a dolina como lar. Outros 20 casais aparecem frequentemente (araras são monogâmicas e vivem com o mesmo parceiro a vida toda).
Graças à iniciativa de Seu Modesto e sua família, a dolina pode ser chamada de Buraco das Araras novamente. “Vi que se não cuidasse daqui, as próximas gerações – meus filhos, meus netos – não iam conhecer esse lugar”, diz.
A recuperação do local e a volta das aves acabaram levando muitos visitantes para a Fazenda Alegria. Os Sampaio decidiram deixar a pecuária de lado e perceberam que ganhariam muito mais com o turismo ecológico. Atualmente, o Buraco das Araras é uma das principais atrações para quem viaja à região de Bonito.
Num passeio de cerca de uma hora, guias treinados (todos moradores da região) levam os visitantes para conhecer a dolina e falam sobre hábitos das aves e espécies da fauna e flora do Cerrado. Trinta mamíferos silvestres já foram encontrados dentro da propriedade, como lobinhos, veados e tatus. Além disso, cinco espécies ameaçadas de extinção também habitam a área: tamanduá-bandeira, lobo-guará, jaguatirica, veado-mateiro e anta.
Em 2007, Seu Modesto sentiu necessidade de perpetuar a conservação da dolina. Foi criada então a Reserva Particular do Patrimônio Natural Buraco das Araras, tornando os 29 hectares ao redor do local protegidos para sempre. Recentemente a família comprou parte das terras da fazenda ao lado para fazer o reflorestamento com mata nativa.
A história deste fazendeiro mostra que a vontade de um único indíviduo pode fazer a diferença na vida – ou na sobrevivência – de muitos animais. Seu Modesto fez. Trouxe de volta às araras-vermelhas ao seu lar. E permitiu que, todo os dias, centenas de turistas possam ver o espetáculo da revoada das aves nesta dolina no Mato Grosso do Sul.
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