sábado, 6 de setembro de 2014

IDEB CONTINUA UMA VERGONHA.

Ideb 2013, o índice de atraso do ensino médio

Redes de 21 Estados não atingem metas estabelecidas pelo governo federal; em 16 deles, médias são inferiores às obtidas em 2011

Bianca Bibiano e Jadyr Pavão Júnior
Estudante antes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio)
Estudante antes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) (Douglas Magno/Futura Press/VEJA)

Raio-x do Ideb

O que é
Indicador da qualidade da educação básica brasileira, que revela a situação do ensino em instituições públicas e privadas de todo o Brasil. A aplicação do Ideb é atribuição do Inep, órgão subordinado ao MEC
Como o Ideb é calculado
A nota do Ideb é obtida a partir da combinação das médias obtidas por estudantes em exames nacionais (Prova Brasil ou Saeb) e das taxas de aprovação: o resultado varia de 0 a 10. Os exames são aplicados a cada dois anos (o primeiro dado disponível é de 2005) e divulgados no ano seguinte
Quem participa dos exames
Alunos da 4ª e 8ª séries (5º e 9º anos, respectivamente) do ensino fundamental e 3ª série do ensino médio de escolas públicas e privadas. Todas as escolas públicas com mais de 20 alunos são consideradas no levantamento. Entre as privadas, apenas uma amostragem
Resultados x Metas
Os resultados obtidos nos exames são comparados com metas estabelecidas em 2007 pelo Plano de Desenvolvimento da Educação para escolas e redes de ensino. O PDE prevê metas até o ano de 2021
Como são apresentados os resultados
O MEC divulga os valores de Ideb obtidos por escolas e também as médias relativas a municípios, Estados e ao Brasil
O Inep, órgão ligado ao Ministério da Educação, divulgou nesta sexta-feira os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) relativos a 2013. Os dados revelam avanço nos anos iniciais do ensino fundamental e estagnação nos anos finais e também no ensino médio. Neste, a situação é ainda mais dramática (confira os dados nos gráficos abaixo).
Vinte e um Estados não atingiram as metas estabelecidas pelo próprio governo federal para o ano de 2013. Além disso, 16 das unidades da Federação conseguiram colher resultados inferiores aos registrados na avaliação anterior do Ideb, em 2011. Ou seja, era ruim, ficou pior. Na prática, os dados mostram que a maioria das redes mantidas por Estados e Distrito Federal não avançou.
"A queda das notas do ensino médio e a estagnação nos anos finais do ensino fundamental revelam um problema estrutural da escola brasileira: do 1º ao 5º ano, os alunos têm apenas um professor em sala. A partir do 6º, o número de docentes aumenta. É nessa transição que está o problema", diz Alejandra Velasco, gerente da área técnica da ONG Todos pela Educação. "É preciso rever o currículo e entender o que causa a queda ao longo dos ciclos escolares. No ensino médio, ele é sobrecarregado, os alunos acabam não acompanhando e desistem de estudar."
O que torna a situação dramática é que as metas do Ideb já são modestas. Elas preveem, por exemplo, que o conceito médio nos primeiros anos do ensino fundamental atinja só em 2021 a nota 6 — correspondente, segundo cálculo do Inep, à média alcançada em 2003 pelos alunos de nações desenvolvidas no Pisa, mais importante avaliação educacional do planeta. Ou seja, se o brasileiro médio chegar a esse patamar em 2021, estará quase duas décadas atrasado.
Fonte revista VEJA

Nenhum comentário:

Postar um comentário