quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

RECIBO DE CARTÃO DE CRÉDITO PODE CONTAMINAR O CORPO.

Recibo de cartão de crédito pode contaminar o corpo com substância química

De acordo com estudo, segurar esse tipo de papel eleva a concentração de bisfenol A na urina. Composto já foi associado a diversos danos à saúde

Máquina de cartão de crédito
Papel térmico: usado em máquinas de cartão de crédito e impressoras de nota fiscal, o material contém bisfenol A em sua composição (Thinkstock)
Manusear papeis térmicos — como os usados em máquinas de cartão de crédito ou de emissão de nota fiscal — pode prejudicar a saúde de uma pessoa. De acordo com uma nova pesquisa, o contato prolongado com o papel contamina o corpo com bisfenol A, substância química que já foi associada a uma série de problemas, entre eles alterações no sistema endócrino e risco de alguns tipos de câncer.
Leia também: Como manter o bisfenol A longe de seu filho
O estudo foi feito no Hospital Infantil Cincinnati, nos Estados Unidos, com 24 pessoas. Os voluntários foram orientados a segurar — primeiro com e, depois, sem luvas — recibos impressos em papel térmico durante duas horas seguidas. Os pesquisadores recolheram amostras de urinas dos participantes antes e depois desse procedimento.
Segundo o estudo, 83% dos voluntários apresentaram níveis de bisfenol A na urina antes de segurarem os papeis. Após o contato com o papel sem o uso de luvas, a substância foi detectada na urina de todos eles. Ainda segundo a pesquisa, a quantidade de bisfenol A no corpo não se alterou após os participantes segurarem os recibos usando luvas. As conclusões foram publicadas nesta terça-feira no periódico Jama.
Leia também:
Exposição ao bisfenol A pode provocar doenças cardíacas a longo prazo
Estudo liga bisfenol a obesidade em crianças nos EUA
Exposição ao bisfenol A em grávidas eleva risco de câncer de mama

Composto químico — O bisfenol A é um composto químico que pode ser encontrado em alguns produtos de plástico, em revestimentos internos de latas que condicionam alimento e em papeis térmicos. A substância é um desregulador endócrino — uma vez no organismo de uma pessoa, se comporta de maneira semelhante ao estrógeno, interferindo diretamente no funcionamento de algumas glândulas endócrinas e na secreção de outros hormônios.
Pesquisas já sugeriram que o bisfenol A pode causar infertilidade, aumentar o risco de cânceres como o de próstata e o de mama, levar à obesidade e elevar as chances de síndrome de Down em um feto. "A exposição ao bisfenol A ocorre principalmente por meio de alimentos contaminados, como os enlatados. O contágio pelos papeis térmicos é algo pouco estudado e que pode atingir pessoas que têm contato frequente com recibos, como as que trabalham em supermercados, lojas e postos de gasolina", diz Shelley Ehrlich, coordenadora do estudo.
Segundo a pesquisadora, ainda não é possível saber quais são as consequências clínicas do contato com esses papeis, mas ela sugere que pessoas que manuseiam o material frequentemente usem luvas nitrílicas sempre que possível.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

ALGUÉM VIU AS CRATERAS DA ESTRADA DAS PRAIAS.

Gustavo Carvalho solicita recapeamento da RN 063 em Nísia Floresta

 gustavo agua
O deputado Gustavo Carvalho (PROS) requereu nessa quinta-feira (20) à governadora Rosalba Ciarlini e ao diretor geral do Departamento de Estradas e Rodagens (DER), Demétrio Torres, o recapeamento asfáltico da RN 063, principal via de ligação entre a sede do município de Nísia Floresta e os principais pontos turísticos da região.
Segundo o deputado, o trecho que compreende aproximadamente 30 km de extensão necessita urgentemente de reparos. “A população de Nísia Floresta e os visitantes têm direito a transitar por uma estrada que ofereça segurança. Sem contar, que a obra impulsionará o desenvolvimento econômico da região ”, diz Gustavo.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

CHUVAS EM SOLO POTIGUAR, CONFIRA.

Emparn registra chuvas em 33 municípios do RN

chuva 1De acordo com o último boletim da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), nas últimas 24 horas foram registradas chuvas em 33 municípios. Nos últimos oito dias, tem sido registradas chuvas em todas as regiões do RN. Embora na região Oeste tenham sido registradas boas chuvas, nos últimos dias, as chuvas entre os dias 17 e 18 ocorreram com maior intensidade na região Central do estado. Em Parelhas foram registrados 70,1mm, o maior índice do ultimo boletim da Emparn.
Veja abaixo, os índices de chuvas registrados pela Emparn:
MESORREGIÃO OESTE POTIGUAR
Grossos 6,7
Ipanguaçu (Base Física Da Emparn) 3,8
Areia Branca (Emater) 3,3
Severiano Melo (Prefeitura) 2,5
Assú (Particular) 1
Rafael Godeiro (Emater) 0,7
Apodi (Base Física Emparn) 0,3
MESORREGIÃO CENTRAL POTIGUAR
Parelhas (Emater) 70,1
Santana Do Seridó (Emater) 59,2
Equador (Particular) 47,4
Ipueira (Emater) 17,7
Pedro Avelino (Base Física Da Emparn) 17
Ouro Branco (Sindicato Trab.rurais) 11
Pedro Avelino (Particular) 11
Carnaúba dos Dantas (Emater) 2,5
Caiçara do Rio dos Ventos (Particular) 2,2
MESORREGIÃO AGRESTE POTIGUAR
Monte Das Gameleiras (Emater) 45,5
Parazinho (Emater) 21
Jandaira (Sind. Trab.) 6,5
Várzea (Prefeitura) 6
São José Do Campestre (Emater) 5,8
Serra De São Bento (Emater) 3,6
Santo Antônio (Emater) 3,3
Ielmo Marinho (Prefeitura) 1,6
Serrinha (Emater) 1,2
MESORREGIÃO LESTE POTIGUAR
Baia Formosa (Prefeitura) 27,5
Montanhas (Prefeitura) 27,3
Canguaretama (Emater/barra De Cunhau) 10
Nísia Floresta (Particular) 9,2
Taipu (Particular) 7
Baia Formosa (Destilaria Vale Verde) 3,4
Canguaretama (Base Física da Emparn) 3
Maxaranguape (Particular) 2

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

IMPLANTE CEREBRAL

Empresa trabalha em implante cerebral que poderá restaurar memória perdida


Já imaginou bater a cabeça e perder a memória? Como seria a vida sem as lembranças? Pesquisadores americanos trabalham num projeto para restaurar as memória de soldados do exército que sofreram ferimentos internos na cabeça. A ideia da DARPA (Agência de Defesa para Projetos de Pesquisa Avançados) é inserir um implante no cérebro dos militares utilizando fios finos que se estendam até o tecido cerebral.
O projeto, denominado RMA (Restauração Memória Ativa) terá o objetivo de agir estimulando as regiões de memória do cérebro recuperando a memória perdida. O mesmo implante poderá ser utilizado também para monitorar e ajudar o soldado a realizar de forma veloz e eficaz, atividades que exigem habilidades motoras durante o treinamento ou mesmo durante uma guerra.
A equipe está à procura de propostas e parcerias de empresas especializadas na área, como a Medtronic, empresa da qual já obteve sucesso em alguns implantes cerebrais. O foco é aperfeiçoar o aparelho estudado, para que ele possa ser usado para recuperar a memória de qualquer pessoa. Depois que o estudo for concluído, o implante poderá servir para a medicina tratar de doenças que afetam a memória. Mas, antes disso, a equipe precisa decifrar cada um dos sinais enviados para o cérebro que impulsionam a memória.

MÁQUINA DE LEMBRAR

 

Máquina de lembrar

O neurobiólogo Ted Berger quer instalar um chip no cérebro de quem tem problemas de memória.

por Cecília Selbach

Um chip implantado no cérebro que evita a perda de memória causada por doenças como o mal de Alzheimer. É esse o objetivo que o neurobiólogo americano Theodore Berger, da Universidade do Sul da Califórnia, persegue em suas pesquisas. Não é pouca coisa. Se conseguir o feito, ele terá rompido uma das barreiras mais complexas da medicina.
Para chegar lá, Berger, que viu a mãe perder a memória após um derrame, está reinventando a pesquisa cerebral. Em vez de enxergar o centro de controle humano como uma máquina química e elétrica, o mais comum entre pesquisadores do tema, ele inovou ao convocar engenheiros para transformar em matemática os impulsos emitidos pelos neurônios. Depois, com números e equações em mãos, programou um chip capaz de realizar as tarefas do hipocampo, a área responsável pela memória. Na prática, é como se ele tivesse inventado um aparelho capaz de substituir neurônios da mesma maneira que uma prótese substitui um braço amputado.
No momento, Berger e sua equipe, formada por mais de 60 pessoas entre neurocientistas, engenheiros de computação e matemáticos, conseguem utilizar o chip em ratos. Os ótimos resultados têm ajudado a aumentar os financiamentos e o dinheiro à disposição. Nesse ritmo, Berger espera apresentar o chip para uso humano em 10 anos.
Por que você decidiu estudar o cérebro do ponto de vista da matemática?
Quando comecei a pesquisar, o cérebro era visto como uma máquina elétrica e química. A gente ensinava novos comportamentos a animais e observava a atividade elétrica dos neurônios enquanto eles aprendiam. À medida que o comportamento mudava, a atividade cerebral também mudava. Mas isso acontecia com padrões tão complexos que era difícil descrever. Foi aí que eu senti a necessidade de recorrer aos números para entender o que se passava. O que eu precisava era de um modelo matemático, algo vindo da engenharia. Lá, eles têm soluções para descrever padrões.
E o que você queria entender?
As células nervosas respondem ao mundo exterior com padrões particulares. Quando uma informação chega a uma parte do cérebro, é transmitida para outra parte e depois para outra. Nessas transmissões, o que ocorre nas células nervosas é que elas mudam de um padrão temporal para outro. Sei que não estou sendo claro, mas isso é parte do problema: tudo é complicado demais. Por exemplo: em dada situação, um animal está olhando um pedaço de comida. Você pode ver o padrão temporal, que é o ritmo em que os sinais elétricos se sucedem. E, se o animal olha para outra coisa – água, por exemplo, – você observa uma mudança nesse padrão. O que está acontecendo é que essa informação é codificada não por uma célula nervosa, mas por populações de células nervosas. Cada uma delas funcionando num padrão diferente, de modo que temos não um padrão, mas uma coleção deles.
Como essas idéias resultaram no chip do cérebro?
Não comecei pensando que iria construir um chip. Eu esperava entender como o cérebro codifica e forma a memória. Para isso, trabalhava com o hipocampo, a parte do cérebro que transforma memória de curto prazo em memória de longo prazo. Quando ouço sua voz, por exemplo, cada uma das 10 000 células que são importantes para eu gravar as características desse som está fazendo o seu próprio ta-tata-tatata-ta, como em um código Morse. São 10 000 células fazendo isso ao mesmo tempo. Depois, essa população de células manda a informação para outras 10 000 células. Como reproduzimos esse movimento? É claro que podemos fazer uma simulação de computador usando um software, mas seria muito mais eficiente e muito mais realista se pudéssemos fazer isso utilizando hardware.
Como o microchip funciona?
O conceito fundamental é que as informações que chegam aos neurônios, os inputs, são diferentes dos outputs, os padrões que saem. Se o que entra é ta-tata-ta, o que sai pode ser tatata-ta-ta. E cada neurônio transforma seus padrão de forma diferente. Nos perguntamos quais são as maneiras típicas com que esses neurônios transformam inputs em outputs e construímos um modelo matemático. O que o chip faz é transformar o padrão temporal que chega no padrão temporal que sai. Então, se você perde uma parte do cérebro, tudo que você tem de fazer é substituir a parte prejudicada pelo microchip – bem, isso é bastante coisa, por enquanto só conseguimos fazer essa simulação com 100 células.
Dá para entender o que as células estão dizendo umas para as outras?
Não precisamos entender, necessariamente. É possível fazer um modelo de microchip sem entender o que cada célula está dizendo. Mesmo assim, estamos começando a entender. Conseguimos apresentar imagens a animais e ver que células reagem ao ver essas referências visuais. Mudamos algum detalhe no conteúdo da imagem – trocamos a cor, inserimos um cavalo, tiramos uma pessoa – e observamos as transformações na atividade das células. Assim, dá para começar a entender como o cérebro representa um item específico.
O estudo pode ajudar a entender o que é e como funciona a consciência?
Sim. Quando eu e você olhamos para uma garrafa de vinho, podemos concordar que é uma garrafa de vinho e podemos falar um com o outro sobre isso. Mas eu não posso olhar dentro do seu cérebro e ver a imagem. Não sei o que acontece no seu cérebro e você não sabe o que acontece no meu. Mas sabemos que deve haver algum tipo de representação para garrafa de vinho. Como nossos cérebros codificam garrafa de vinho? Não sabemos. Agora, podemos usar essa oportunidade para começar a entender algo mais sobre como essas situações complexas que são memorizadas no cérebro. Porque, no momento, tudo que sabemos é que eu e você usamos as mesmas palavras quando estamos apontando para o mesmo objeto.

Existe risco de o chip danificar células saudáveis?
Sim. O microchip gera calor e tende a ser muito quente. Como as atividades cerebrais são sensíveis ao calor, ele poderia prejudicar algumas funções. Por isso, o microchip foi projetado para ficar no topo da cabeça, de modo que a temperatura se dissipe no ar. Ainda assim, os eletrodos que conectam o chip ao cérebro também aquecem. Temos de cuidar do número de eletrodos, usar o mínimo possível, para não causar danos. Exatamente quantos eletrodos precisamos é algo ainda a determinar.
É ético substituir a memória de alguém?
Nós somos geralmente mal interpretados nesse ponto. Não iremos substituir a memória das pessoas. O que estamos fazendo é substituir uma parte do cérebro que permite a formação da memória. Em um aparelho de som, há um aparato óptico que lê o cd, leva essa informação para o amplificador e dele para os alto-falantes. O que nós fazemos é mais como trocar o amplificador. E não o cd. Transformação é a palavra-chave aqui. Substituímos uma parte do cérebro que permite a transformação de inputs em memórias, como o amplificador transforma dados em algo que pode ser chamado de som.
O aparato é incapaz de recuperar memórias antigas?
Exato. As memórias que já tiverem sido perdidas em decorrência de uma doença ou acidente estarão perdidas. Essa pergunta é interessante para ajudar as pessoas a entender o que estamos fazendo. Nosso sistema ajuda a transformar novas memórias de curto prazo em novas memórias de longo prazo. E, se uma doença destruir as que já existem, não tem nada que possamos fazer a respeito.
Em 1999, sua mãe sofreu um derrame e passou a sofrer de problemas neurológicos. Isso influenciou seu trabalho?
A motivação mais importante para mim é ajudar as pessoas. Eu realmente quero ver o chip implantado em pacientes que tenham dificuldades para se lembrar de coisas. Quando artigos como esse são publicados, recebo e-mails do mundo todo de pessoas que sofreram danos cerebrais elas mesmas ou que têm um membro da família com o problema. É de partir o coração. Elas realmente sofrem, se sentem incompletas por causa da inabilidade de funcionar como antes – e são muito conscientes disso. Imploram para fazer parte dos experimentos e nós não estamos prontos ainda, faltam 10, 15 anos para isso. Pesquisa-se muito para ajudar quem não se locomove ou enxerga, mas há o mesmo sofrimento em não poder se lembrar de quem você é, do que fez. Minha mãe passou por isso. Ela se lembrava de coisas da minha infância, mas não de novas pessoas. A memória é grande parte da identidade humana, de sermos quem somos. Nós somos o que nós nos lembramos.
Em 10 ou 15 anos será possível usar a tecnologia em humanos?
Sim, essa perspectiva é realista. O progresso está sendo rápido, estamos avançando bem. Até o final do ano, vamos testar em ratos. Tentaremos usar nosso microchip para recuperar a memória em ratos sedados. Se formos bem-sucedidos, poderemos tentar em macacos. Pode até ser mais rápido que o previsto.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

DINHEIRO PÚBLICO: PATROCINANDO A GLOBO( PRA QUE SERVE NOSSO DINHEIRO)

Como o dinheiro público vem patrocinando a Globo há décadas



Postado em 14 Feb 2014
O donheiro público financiou a gráfica que é hoje um elefante branco
O donheiro público financiou a gráfica que é hoje um elefante branco
A Globo falando de forças antidemocráticas chega a ser engraçado.
Foi num editorial do Globo, e as tais forças eram os manifestantes.
Em 1954, Roberto Marinho trabalhou intensamente para derrubar Getúlio Vargas.
Vargas trouxe o voto secreto, deu às mulheres o direito de votar, criou leis trabalhistas que regularam o horário de trabalho e estipularam férias.
Em 1964, mais uma vez Roberto Marinho foi destaque para derrubar um governo popular, agora o de João Goulart.
Jango cometeu o crime, aspas, de tentar combater a desigualdade. Criou, por exemplo, o 13.o salário, “uma tragédia”, conforme noticiou o Globo na ocasião.
Mesmo com esta folha corrida, a Globo se julga no direito de falar em forças antidemocráticas.
Pausa para rir.
No mesmo editorial, a Globo se revelou magoada com a maneira como é tratada na internet por blogs “patrocinados pelo governo”.
Nova pausa.
Nenhuma empresa jornalística tem sido tão patrocinada pelo governo, ao longo de tantos anos, como a Globo.
Apenas nos 10 anos de PT no poder, a empresa levou 6 bilhões de reais do governo em publicidade oficial – isto com a audiência despencando.
Isto para não falar em coisas como o dinheiro do BNDES – nosso, portanto – que financiou a construção de uma supergráfica, nos anos 1990, que hoje é um elefante branco.
Não é só do governo federal que a Globo se abastece.
Nos meus tempos de Editora Globo, o governo do Amazonas comprava lotes milionários de livros da Globo.
A contrapartida era um tratamento generoso na revista Época para o então governador do Amazonas, Eduardo Braga.
Tive com Braga uma briga memorável na sede da Editora Globo depois que publicamos um artigo desfavorável a ele. Eu era diretor editorial  naquela ocasião, e ele saiu da reunião dizendo, ameaçador, que ia conversar com João Roberto Marinho.
Uma boa parte do patrimônio bilionário da família Marinho vem do dinheiro público da propaganda oficial.
Durante muitos anos, quando os anunciantes já conseguiam descontos expressivos das empresas de mídia, apenas o governo continuava a pagar a tabela cheia, bovinamente.
Veja a tabela de preços da TV Globo para ter uma ideia de quanto dinheiro foi para os Marinhos por esse atalho.
E mesmo assim a empresa faz pose.
No campo dos impostos a atitude é a mesma. Até os manifestantes do MST pediram outro dia que a empresa mostrasse o Darf – o recibo de uma multa milionária que a Receita lhe aplicou por trapaça na Copa de 2002.
Mesmo assim, a Globo começa a fazer pressão contra o Google na questão fiscal.
É verdade que o Google levou mundialmente ao estado da arte a sonegação legal, aspas, ao encaminhar seu faturamento para paraísos fiscais.
Como o DCM deu diversas vezes, governos no mundo inteiro – o americano, o inglês, o alemão, o francês etc – estão tratando de acabar com a farra fiscal do Google e de outras empresas.
A primeira providência dos governos tem sido publicar o faturamento local do Google e a quantia que paga de imposto – uma miséria.
No Brasil, só agora – segundo o Globo – a Receita decidiu agir. Dilma, noticiou o Globo, teria dado ordens expressas para cuidar do caso Google.
Quem é o principal interessado? O Globo, uma vez que o faturamento publicitário do Google no Brasil cresce vertiginosamente, e tende a bloquear as ambições da Globo na internet.
Não que o Google não tenha que pagar o imposto devido. Tem. Exclamação.
Mas um sonegador falando de outro?
Se a Receita cercar apenas o Google fará um trabalho pela metade.
Enquanto a Globo não mostrar o Darf, a sociedade tem toda a razão de entender que a Globo é mais igual que os outros perante a Receita, e não só a Receita, lamentávelmente.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

CARNAVAL E O CAOS SOCIAL: PADRE MATIAS SOARES

O Brasil vive uma pressão constante das classes populares. Depois das manifestações acontecidas nas ruas, que continuam em menor escala nos vários recantos do País, a cara da nossa real situação social está mais revelada. Com a força dos meios de comunicação a serviço do poder político e econômico, os mundos das fantasias aparecem mais do que o real da vida dos cidadãos. O País é apresentado no exterior como a Alice que vive no mundo das maravilhas. Lembro-me que ainda quando estava estudando em Roma, nalgunas viagens por países europeus, sempre era questionado pelo carnaval e o futebol. Parecia que era só o que existia nas nossas terras. A cultura brasileira é vista sob estas duas manifestações lúdicas. Não conhecer as raízes históricas e geográficas do povo brasileiro, tornou ainda mais susceptível o repasse desta imagem dum Brasil, que mesmo com tanto carnavalismo e festividades, vive um Oasis da democracia latino americana em pleno desenvolvimento econômico e social.
Uma reviravolta que não estava sendo esperada aconteceu: As periferias das classes sociais começaram a ter acesso às Redes Sociais. Conseguiram expressar suas inquietações a partir do seu mundo, suas exclusões e anonimatos. Os sem voz e sem oportunidades de fala nos grandes centros se organizaram para ir aos lugares mais visíveis. Ninguém pode segurar. Até os Rolezinhos começaram a acontecer. Os jovens, que ainda não têm concepções ideológicas determinadas, mostraram que existem vontades que precisam ser compartilhadas. Querem estar com os outros e mostrar uma face que os pais já não conhecem. Estes sinais demonstram que vivemos uma época nova na política brasileira, que, sem dúvida, ainda não visualizamos aonde vai parar. E não sabemos para onde vai porque sempre tivemos uma política desagregada da administração, sem planejamento e objetivos para longo prazo. Não existe política de estado, mas de governo. Quando um quer se perpetuar no poder e para isso, os fins justificam os meios, o pragmatismo político torna as possibilidades imediatas o caminho mais fácil a ser percorrido; e por isso, todos querem um lugarzinho, pois sabem que terão poder e dinheiro, mesmo sem qualificação e probidade ética. O vício gera vício.
Existe um Caos Social que a política brasileira reconhece; mas não está preocupada, nem tem competência para enfrentar. Se o fizesse, perderia o Status Social que determinou a história política, geográfica e econômica deste País. Vejamos que a falta dos Direitos Sociais Básicos é uma chaga que aflige a vida de todos os cidadãos desta tão amada nação. Quando falo de Caos Social, volto minha leitura da realidade para estas carências do dia a dia das populações, principalmente, as mais pobres e sofridas. Diante disto, deveríamos nos perguntar: Por que investimos tanto em festas carnavalescas, quando, o que o povo mais precisa é que outros serviços sejam atendidos? Por que não perguntam à população? O jogo do pão e circo funciona, mas é sintoma da ausência dum nível de educação de qualidade, que deve ser pensada integralmente, desde a melhoria da situação formativa e econômica dos professores até o cuidado humanizado de todos os alunos e demais funcionários; e ainda, duma falta de sensibilidade dos representantes para com suas responsabilidades, enquanto servidores do Povo e zeladores do Bem Social. O Carnaval pode ser visto como cultura, quando parte dos sentimentos que foram tecidos na e pela história dum povo. Como nos falta conhecimento, o sem sentido confunde ainda mais as nossas raízes.
Diante destas complicações sociais e carências de bens e serviços que estão nas nossas cidades e pequenas comunidades, será que não poderíamos rever as prioridades que deveras são importantes para as pessoas? No mínimo, nos preocupemos com o justo meio. Lutemos para que a segurança pública, a saúde, a educação, o esporte, o saneamento básico, o cuidado com as periferias das cidades, a prevenção e o combate às drogas, trabalho e outros bens sociais sejam buscados para a promoção humana de todos! Não deixemos que o êxtase confunda este despertar social e político dos cidadãos, pois de modo mais politizado e sem violência, esperamos que isto não pare. Por fim, falar em Carnaval e Caos Social é, antes de tudo, instigar uma reflexão de todos para que num País que sedia uma Copa do Mundo a preocupação pela Justiça Social não seja esquecida e o que é para o Bem Comum seja uma luta constante dos que têm consciência do seu protagonismo na busca por um mundo melhor, a partir da nossa realidade e do nosso chão. Assim o seja!
Pe. Matias Soares
Pároco de São José de Mipibu-RN e Vig. Episcopal Sul

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

BANDIDOS ROUBAM E O POVO PAGA A CONTA: MUITO ENGRAÇADO.

José Dirceu arrecada quase R$ 100 mil em um dia

- Publicado por Robson Pires - Em Brasil - 14 fev 2014 - 04:31 - dirceu globo
O Globo contabilizou que, em pouco mais de 24 horas, o site Apoio a Zé Dirceu arrecadou R$ 96.686,42. A página que entrou no ar na quarta-feira funciona aos mesmos moldes da de José Genoino e Delúbio Soares. O objetivo é arrecadar dinheiro para pagar a multa de R$ 971.128,92 imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Condenado no mensalão a dez anos e dez meses de prisão por corrupção ativa e formação de quadrilha, Dirceu cumpre desde novembro pena na Penitenciária da Papuda, em regime semiaberto.
O ex-ministro informa no site que antecipou a campanha, mas que ainda não foi notificado para pagar a multa. “A notificação que esperamos da Justiça ainda não foi publicada. Mas notícias veiculadas pela imprensa dão conta de que os prazos foram reduzidos ou mesmo de que não haverá prazo para o pagamento da multa após o recebimento da notificação”, diz o texto no site.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

10% DO PIB PARA EDUCAÇÃO DEVE SER VOTADO EM MARÇO.

Comissão da Câmara deve votar em março destinação de 10% do PIB para educação

- Publicado por Robson Pires - Em Brasil - 11 fev 2014 - 16:11 - educação 1A proposta com as metas da educação brasileira para a próxima década deve ser votada até o dia 12 de março pela comissão especial que analisa o tema. Depois disso, o Plano Nacional de Educação (PNE – PL 8035/10) segue para o Plenário.
O PNE foi aprovado pela Câmara em 2012, mas sofreu alterações no Senado. Com isso, voltou para exame dos deputados no final do ano passado. Entre as principais mudanças, segundo o relator, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), está a destinação dos investimentos em ensino.
O texto da Câmara prevê o gasto de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação pública. O projeto aprovado no Senado mantém os 10%, mas não restringe os gastos ao setor público. Na prática, podem entrar na estatística de cumprimento do índice aquelas verbas aplicadas em convênios ou programas de financiamento do ensino privado, como o Fies, por exemplo.

MEC INFORMA CORREÇÃO DO PISO QUE ERA DE 19% PARA 8,32%, MUITA SACANAGEM.

 

MEC anuncia correção do piso em 8,32%

CNTE Informa 676
O Ministério da Educação anunciou dia 30/1, no site do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE (ver aqui), o percentual de atualização do piso para o ano de 2014, que será de 8,32%, passando o valor à quantia de R$ 1.697, válido a partir de 1º de janeiro.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

QUALIDADE NA EDUCAÇÃO: O DNA DAS ESCOLAS.

Qualidade na educação: o DNA das escolas

Segredo de uma rede de qualidade não é padronizar, mas atender fatores distintos – pois algumas escolas têm mais problemas e desafios do que outras

João Batista Araujo e Oliveira
Sala de aula de escola estadual do Rio de Janeiro
(Eduardo Martino/Documentography)

Ensino de qualidade

Este artigo faz parte de uma série publicada quinzenalmente em VEJA.com sobre os desafios do ensino fundamental no Brasil — e as estratégias para superá-los.
Os textos são de autoria do Instituto Alfa Beto, que promove o Prêmio Prefeito Nota 10, iniciativa que vai identificar e recompensar o município brasileiro que mantém a melhor rede de ensino. A premiação será realizada no segundo semestre.
A exemplo do que ocorre no Brasil, na maioria dos países desenvolvidos os pais matriculam seus filhos na escola púbica mais próxima de sua casa. A grande diferença é que, na maior parte das nações, as escolas de diferentes bairros são semelhantes: elas se parecem muito entre si, no que fazem e nos resultados. No Brasil as escolas se parecem mais com os bairros onde estão localizadas. Elas têm, portanto, a cara do bairro.
Sabemos como fazer uma escola de qualidade, uma escola boa. Há inclusive escolas públicas assim no Brasil, algumas centenas delas, ou talvez poucos milhares. São escolas de prestígio, de alto padrão, onde o ensino é de qualidade, os alunos estudam e aprendem e os resultados são elevados. São escolas militares, colégios de aplicação e unidades estaduais ou municipais aqui e ali que possuem as mesmas características. Mas essas escolas são poucas – uma pequena fração entre as mais de 120.000 unidades urbanas de ensino fundamental.
Nunca aprendemos a fazer aquilo que os países desenvolvidos sempre fizeram: manter um padrão. E quando o nível cai, há mecanismos para trazer a escola de volta. Resultado: embora sejam obrigados a matricular seus filhos na escola do bairro, os pais sabem que o ensino oferecido ali é semelhante ao proporcionado por unidades de outros bairros. E sabem que se seus filhos se esforçarem também obterão bons resultados.
As estatísticas produzidas pela OCDE ilustram esse fenômeno de maneira muito clara. Nos países desenvolvidos, a diferença da média das notas das escolas é relativamente pequena – raramente ultrapassa os 30%. No Brasil, a difernça é enorme.
Manter uma rede de escolas de padrão não significa que todas as unidades são idênticas, que recebem os mesmos recursos, que são 100% padronizadas. Ao contrário, para ter resultados semelhantes, as escolas precisam de recursos distintos – pois algumas têm mais problemas e desafios do que outras. Para promover a igualdade é necessário tratar desigualmente os desiguais. Escolas que caem no desempenho recebem ajuda extra; escolas com maior número de alunos com dificudade de aprendizado recebem mais e melhores recursos, e assim por diante.
A exemplo do fator que nos faz semelhantes como seres humanos, há uma DNA a tornar parecido o desempenho das escolas. O segredo de uma rede de qualidade está na maneira como se forma o DNA da escola, os fatores que asseguram que todas as unidades da rede possam funcionar e atingir níveis de desempenho semelhantes.
O que torna uma rede de escolas boa não é muito diferente do que torna uma escola boa. Mas criar uma rede boa é muito diferente de criar uma escola boa. Este é o assunto do nosso próximo artigo.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

COBRAS VOADORAS.

Cientistas revelam segredos de 'cobras voadoras'

Pesquisadores americanos acreditam que réptil 'gira costelas' para criar força aerodinâmica semelhante à de planador, permitindo que ela 'voe' através da copa das árvores.

Da BBC
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As forças aerodinâmicas são comparáveis ​​com aquelas geradas por uma asa de avião (Foto: BBC)As forças aerodinâmicas são comparáveis ​​com
aquelas geradas por uma asa de avião (Foto: BBC)
Cientistas solucionaram o mistério de como as cobras 'voadoras' conseguem permanecer no ar.
Esses répteis raros, encontrado em florestas do sudeste da Ásia, conseguem se arremessar de árvores e planar, de forma elegante, pelo ar.
Segundo os cientistas, as serpentes mudam radicalmente o formato do seu corpo para gerar a força aerodinâmica necessária para a proeza.
As descobertas foram divulgadas na publicação científica Experimental Biology.
Jake Socha, professor da Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos, que liderou o estudo, disse: 'A cobra definitivamente não é um planador intuitivo. Quando você olha, você diz: 'esse animal não deveria conseguir planar'. E em sua forma normal, isso provavelmente é verdade.'
saiba mais
'Mas quando ela entra no ar, quando ela decola, pula, e salta de um galho, ela transforma completamente o seu corpo.'
Dança flutuante
Existem cinco espécies de cobras voadoras, e todas fazem parte do gênero Chrysopelea.
Pesquisadores hoje acreditam entender como essa cobra pode planar pela selva ao invés de rastejar pelo chão.
Socha disse: 'Quando ela pula, ela retrai o corpo a partir da parte de trás da cabeça até a ponta da cauda. O que ela faz é girar suas costelas para frente em direção à cabeça e para cima em direção à coluna.'
Os cientistas então analisaram as forças aerodinâmicas que esta forma alterada gera no ar. Eles criaram uma cópia de plástico da cobra em seu formato ondulado e colocaram-na em um tanque de água corrente.
'A água fluiu sobre ela e medimos as forças do modelo, visualizando também o movimento do fluxo na água, usando lasers e câmeras de alta velocidade', explicou o Socha.
Ele disse que a cobra produziu uma força aerodinâmica comparável, em escala reduzida, à criada por uma asa de avião.
A equipe acredita que a cobra combina essa transformação física com uma 'dança flutuante' para voar através da copa das árvores.
'Ela está movendo sua cabeça de um lado para o outro, fazendo ondas em direção a parte inferior de seu corpo, e parece que ela está nadando no ar', disse Socha.
Os cientistas dizem que a cobra poderia ajudar a inspirar o desenvolvimento robótico, e criar máquinas que podem potencialmente rastejar, escalar e planar.

ROUPA CAPAZ DE MEDIR FRENQUÊNCIA CARDÍACA.


05/02/2014 06h30 - Atualizado em 05/02/2014 06h30

Empresa japonesa desenvolve roupa capaz de medir frequência cardíaca

Tecido tecnológico é feito de nanofibras altamente condutoras.
Informações são enviadas a smartphone, que interpreta as medidas.

Do G1, em São Paulo
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Camiseta feita com tecido 'hitoe' é capaz de medir a frequência cardíaca do usuário (Foto: Toray/Divulgação)Camiseta feita com tecido 'Hitoe' é capaz de medir a
frequência cardíaca (Foto: Toray/Divulgação)
Uma simples camiseta poderá ajudar a monitorar a saúde cardíaca de seu usuário. Uma empresa japonesa desenvolveu um tecido capaz de fazer medidas da frequência cardíaca e obter resultados semelhantes aos de um eletrocardiograma.
Camisetas feitas com o tecido, denominado "Hitoe", foram apresentadas na semana passada pela Toray, empresa especializada no desenvolvimento de fibras e tecidos tecnológicos.
A empresa não anunciou quando as peças estarão no mercado, mas adiantou que as informações captadas pelo tecido deverão ser transmitidas para um smartphone que, por meio de um aplicativo, conseguirá ler e interpretar os resultados dos exames.
A companhia de telefonia celular japonesa NTT DoCoMo também faz parte do projeto. Segundo a Toray, o "Hitoe" é composto por nanofibras altamente condutoras que tem alta sensibildiade aos sinais biológicos.É como se houvessem eletrodos acoplados ao tecido capazes de monitorar esses sinais vitais. Segundo a empresa, as peças podem ser lavadas normalmente.
Homem demonstra funcionamento de camiseta com tecido 'hitoe' (Foto: AFP Photo/Yoshikazu Tsuno)Homem demonstra funcionamento de camiseta com tecido 'Hitoe' (Foto: AFP Photo/Yoshikazu Tsuno)

domingo, 2 de fevereiro de 2014

SE AS ABELHAS DESAPARECEREM ESTAMOS FRITOS. POR QUE ?

As abelhas estão desaparecendo. E isso é preocupante

Nos últimos anos, a quantidade de abelhas tem diminuído no mundo. Pragas e uso de pesticidas estão entre as principais causas desse fenômeno, que já afeta o Brasil

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Abelhas
Abelhas - Irina Tischenko/Getty Images/iStockphoto
Dois terços dos alimentos que nós ingerimos são cultivados com a ajuda das abelhas. Na busca de pólen, sua refeição, esses insetos polinizam plantações de frutas, legumes e grãos. Em tempos em que a escassez mundial de comida é pauta das autoridades no assunto – como a recomendação da ONU para consumir mais insetos – a perspectiva de ficar sem a ajuda desses seres no abastecimento alimentar seria alarmante. E é o que está acontecendo.

Em 2006, apicultores nos Estados Unidos começaram a notar que suas colônias de abelhas estavam desaparecendo. Cientistas investigaram e comprovaram o fenômeno, que foi batizado de colony collapse disorder (síndrome do colapso da colônia, CCD). Sete anos depois, o sumiço continua: no inverno de 2012 para 2013, dado mais recente, 31% das abelhas americanas deixaram de existir.
O fenômeno se repetiu na Europa, onde, segundo um levantamento do Coloss, rede de cientistas de mais de 60 países que estuda o sumiço das abelhas, algumas regiões perderam até 53% de suas colônias nos últimos anos. Japão, China e o Brasil também reportaram problemas – apicultores de Santa Catarina relataram que um terço das 300.000 abelhas do Estado bateu asas em 2012.

A escassez de polinizadores já afeta alguns cultivos. Em 2013, a queda na produção elevou o preço das amêndoas nos Estados Unidos em 43% em relação ao ano anterior, segundo informações do jornal The Telegraph. Pelo mesmo motivo, o quilo da oleaginosa na Espanha, outro produtor, chegou a quase 8 euros – o mais alto desde 2005. Na França, as vítimas foram as cerejas, que passaram a ser cultivadas na Austrália, menos afetada pela falta de abelhas. No Brasil, segundo especialistas, a redução de insetos afetou a plantação de maçãs, embora as perdas não tenham sido quantificadas. "Se o problema continuar, o modelo atual de fazendas vai se tornar insustentável. O custo de produção vai subir para o produtor e para o consumidor final, de modo que diversos fazendeiros podem acabar deixando a atividade", afirma o físico brasileiro Paulo de Souza, estudioso do tema na Organização Nacional de Pesquisa Científica e Industrial da Austrália.
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Pesticidas – A causa do sumiço é um mistério que intriga os pesquisadores, a começar pelo fato de os corpos dos insetos não serem encontrados nas colmeias ou arredores. Os animais desaparecem sem deixar rastros, e os especialistas acreditam que o motivo seja uma espécie de curto-circuito no sistema de localização das abelhas, fazendo com que elas se percam. A diversidade de espécies e as peculiaridades de cada país dificultam a investigação sobre o extermínio.
Entre os principais motivos apontados está o uso de pesticidas, especialmente os neonicotinoides, uma das classes mais utilizadas por agricultores. "Os neonicotinoides têm uma segurança grande com relação aos mamíferos, principalmente o homem, por isso são bastante utilizados. O problema é que eles afetam não apenas os insetos que são considerados pragas, mas os polinizadores também", explica Aroni Sattler, professor de agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, cujo trabalho envolve ajudar apicultores a descobrir a causa da perda de suas abelhas.
As suspeitas levaram a União Europeia a banir os neonicotinoides por um período de dois anos, iniciado em julho de 2013, apesar dos protestos de produtores agrícolas e as multinacionais químicas e agroalimentícias. Nesse intervalo, será avaliado o impacto da proibição na agricultura e nas abelhas, para se decidir se a regra será mantida por mais tempo. "A medida é radical, mas necessária", diz Paulo de Souza. "Foi uma medida de precaução, mesmo critério adotado na criação do Protocolo de Kyoto."

Souza lidera um estudo que vai instalar sensores em 5 000 abelhas para monitorar sua localização em tempo real e estudar as causas do extermínio. "As pesquisas nos mostram os fatores [que causam as mortes de abelhas] com alguma segurança, mas não sabemos ainda qual é o peso de qual um deles, nem como eles se combinam", diz.
Pragas – Além dos pesticidas, vírus, fungos, bactérias e outros parasitas são apontados como vilões. O principal é o ácaro Varroa destructor, que se agarra às abelhas, suga sua hemolinfa (o “sangue” dos insetos) e pode transmitir vírus aos animais.
A Austrália é, atualmente, o único país do planeta que ainda não foi atingido pelo Varroa. Para manter o status de abelhas mais saudáveis existentes, cuidados relativos à biossegurança foram adotados por lá. Segundo Souza, todos os aeroportos contam com cães especialistas em farejar frutas na bagagem dos passageiros, norma que evita a contaminação mesmo entre os Estados australianos.
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Outras causas – A monocultura e o manejo inadequado das colmeias por parte dos criadores também atrapalham os insetos. Uma área de plantação extensa com apenas um tipo de planta, como a soja ou o girassol, faz com que as abelhas colocadas para trabalhar naquela região se alimentem de um tipo de pólen exclusivamente. A restrição causa má-nutrição, uma vez o pólen de cada planta possui uma composição diferente de proteína. "A abelha evoluiu com as plantas que se reproduzem por meio de flores, uma dependendo da outra, enquanto a monocultura é mais recente", explica Sattler.

Em busca de aumentar a produtividade, algumas práticas de manejo das colmeias estressam os animais, o que pode reduzir seu tempo de vida. De acordo com Paulo de Souza, criadores colocam uma espécie de "tapete grudento" na entrada da colmeia, que retém todo o pólen que a abelha recolheu durante seu voo, obrigando-a a sair novamente em busca de alimento.

Além disso, suspeita-se que a poluição do ar e até mesmo sinais de torres de celular poderiam influenciar o sistema de orientação desses insetos. Essas teorias ainda não foram comprovadas.

Enquanto o sumiço das abelhas não é desvendado, a ciência falha em encontrar formas de substitui-las. A solução mais próxima é colocar o próprio homem para fazer o trabalho. "Em regiões da China onde a população de abelhas foi reduzida drasticamente, fazendeiros de maçã precisam de empregados para fazer a polinização manual", afirma Rodolfo Jaffe, pós-doutorando do laboratório de abelhas da USP. A tarefa é realizada com auxílio de envelopes de pólen e um tipo de vareta com a qual os trabalhadores tocam as flores. Mas o processo é mais demorado e caro do que o das abelhas e menos eficiente.

​Problema nacional – No Brasil, apicultores de diversos Estados têm relatado perdas substanciais – e muitas vezes inexplicáveis – em suas colmeias. Além de Santa Catarina, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul estão entre os afetados. "Por enquanto, parece que temos casos mais isolados e em menor escala do que nos Estados Unidos e na Europa", afirma David De Jong, professor de genética da USP de Ribeirão Preto. Americano, ele veio para o Brasil na década de 1980 para estudar o ácaro Varroa – recém-descoberto na época.
Uma das razões é que as abelhas daqui são diferentes das mais comuns da Europa e dos Estados Unidos. A espécie brasileira é chamada de africanizada, porque sofreu cruzamento, há mais de cinco décadas. O resultado são insetos mais resistentes a doenças e capazes de se reproduzir mais rapidamente – com desvantagem de serem mais agressivos. "A abelha africanizada se adapta muito bem ao ambiente, exceto o frio excessivo. Por essa razão, ela não é utilizada na Europa", explica Aroni Sattler.

Para Lionel Gonçalves, professor aposentado da USP de Ribeirão Preto, o Brasil sofre com um uso indiscriminado de agrotóxicos, e não tem uma legislação de restrição efetiva. Lionel é um dos idealizadores do projeto Bee or not to be (abelhas ou não ser, em tradução livre, fazendo um trocadilho com a frase de Shakespeare), uma campanha de proteção das abelhas, lançada no ano passado. O objetivo é alertar a população e buscar apoio para proteção dos insetos no Brasil e no mundo. A campanha está recolhendo assinaturas para uma petição, que deve ser entregue ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Meio Ambiente em novembro deste ano, exigindo ações efetivas no combate ao CCD.

Algumas medidas simples trariam grandes benefícios. "Os produtores poderiam aplicar os pesticidas na temporada certa, não durante as floradas, e com cuidado, apenas sobre o cultivo. Usá-los no fim do dia, quando as abelhas já estão em casa, também reduziria os danos", diz Sattler. REVISTA VEJA.